quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Por uma vida menos Ordinaria




A um tempo atraz, fui com um grupo de amigos levar uns donativos, e um pouco de alegria atravez de musicas e palavras amigas, aos idosos no azilo Cristo Redentor . Nem precisa dizer que saí de lá super triste com tantas historias de abandonos. Tristeza e esperança. Uma mistura de tristeza com a pobreza do mundo e de esperança por ver que existem pessoas boas. Senhoras de idade chegavam com seus maridos levando donativos e palavras amigas de conforto. Varias pessoas chegando e saindo, cada um ajudando como podia. A maioria senhores de idade, classe média.

Em seguida, fui almoçar no self-service com meus amigos. fomos umas das últimas pessoas a entrarem no restaurante que estava encerrando o horário de almoço. Do lado de fora, pude ver dois homens adultos e uma criança de uns oito anos de idade. Todos com vasilhas de plástico nas mãos, esperando o horário do restaurante fechar pra ganhar a comida do dia. Cenas como essa me cortam o coração.

É muito fácil acreditar em Deus quando você dorme numa cama quente, anda de carro com ar-condicionado que seus pais te deram e mora num prédio com lavanderia cujo condomínio é maior que o salário de uma família inteira. É muito fácil rezar e agradecer a Deus por tudo que você tem quando você tem tudo que quer. Agora, tente explicar o que é Deus pra alguém que não tem o que comer. Pra quem perdeu casa, dignidade e família na enchente. Tente explicar como Deus é bom pro menino que nasceu na favela e viu a mâe morrer com um tiro na cabeça. Será que Deus gosta mais de mim do que das pessoas cujas casas foram levadas pela força das águas? Será que Deus gosta menos daquele pai com a criança na porta do self-service segurando uma vasilha sem comida e esperando sua vez de comer? Será que Deus gosta mais dos filhos da Angelina Jolie do que dos filhos da mulher que dorme embaixo da marquise do meu prédio?

Ao decorrer do dia, estava vendo na tv sobre as vitimas da região Serrana aqui perto, olhando praquelas misérias toda, aquele amontoado de coisas e trapos jogados (colchões velhos, cobertores sujos, roupas usadas) que vão servir pra muita gente que não tem sequer um teto agora, cheguei a falar em voz baixa: Deus, cadê você? E então percebi que o inferno é aqui mesmo, na Terra. E enquanto milhares de boas almas se mobilizam para ajudar como podem, as pessoas agradecem a Deus a ajuda recebida. Chamamos de Deus as bênçãos que recebemos.

Talvez Deus exista sim, mas não é o cara que fica escutando nossas orações repetidas em terços, novenas de 900 dias e que comparece à missa todo domingo pra ouvir nossos pedidos. Mais importante que rezar, ir à missa ou subir a escada da catedral do escambau de joelhos é sermos humanos. Tem muita gente que faz promessa pra arrumar namorado e em troca, fica um ano sem comer chocolate. O que ficar um ano sem chocolate vai ajudar o mundo? Isso é pra Deus ou pra cintura de quem fez a promessa? Enquanto cada um estiver voltado pro próprio umbigo, não há Deus que dê conta do mundo. Quando cada um fizer sua parte, ajudar como pode, pensar mais no outro, se doar mais, vamos olhar pro lado todo dia e saber exatamente onde Deus está. Em cada um de nós.

Amores, quem quiser ajudar : É no centro de São Gonçalo - Rj proximo a sede da Unimed, aceitam donativos , mas se nao tiveres para doar em alimentos, eles aceitão doação atravez de outros meios, quem vai para tocar violão, contar historias, conversar , levar um sorriso e a esperança de pessoas que acreditam que o mudo tem siiim pessoas boas de coração, e que Deus vem atravez delas passar sua mensagem de amor ao proximo !