terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A incerteza do amor




Noite de sábado. Já beirava 2:00 da manhã.
Um casal chega ao bar.
Assim que sai do carro,
ele vai ao encontro da moça.
Lhe devota um abraço, e cavalheiro,
abre a porta para a entrada do estabelecimento.
Sentam-se na mesa.
Ele prontamente pede um Whisky.
Ela, não bebe nada.
A primeira vista, ambos mostram-se envoltos
numa redoma de dois.
Miram-se como se conhecessem à fundo um ao outro. Por certo sim.
Ele admirava a mulher
que estava a sua frente, e ela o mesmo.
O vestido longo e florido trazia a lembrança
daquela relação...
Até o seguinte momento.
Ele levanta da mesa e sai para fumar.
E ela, bem... Ela segue sozinha à espera do amado.
Revira o cardápio como forma de passar o tempo.
Seu coração também. Andou revirado por aqueles minutos que seu homem estava ausente.
Ali, o tempo custava a passar.
Era sábado e ela queria estar com ele.
Ela queria pegar a mão,
sentir o cheiro dele perto do dela.
Ela pensava que ele não podia deixá-la assim...
por tanto tempo. Mas ele o fez.
Ela não acreditava que ele pudesse ser capaz.
Já ele, muito menos que Ela fosse ser bem mais.
Ao olhar pela janela aonde outros
casais apaixonados trafegavam,
ela subitamente viu seu homem
- o mesmo das juras de amor, do companheirismo,
das alegrias partilhadas até então -,
conversar alegremente com Outra,
enquanto ela, permanecia intacta
no lugar que ele a deixou.
Ela queria a presença do ser amado. Ela queria sentir-se como sendo.
A moça, no avesso do que sempre foi,
empurra a cadeira, levanta-se da mesa
e sai do bar em direção ao lugar que,
aquela noite, ela não devia ter saído:
sua casa.
Ele, ao ver a cena, não se contem e chama:
- Amor, aonde você vai?
E ela prontamente responde:
- Vou pra casa!
Ele, num primeiro momento,
acreditou que ela não fosse ir. E ela foi.
Pediu a chave e a identidade
que estavam com ele.
Sem pormenores ele lhe alcançou.
Sem olhar pra trás, ela seguiu sozinha.
A moça levantou a cabeça e olhou para o céu.
Pediu, talvez, que as estrelas lhe
acompanhassem até seu destino.
Ela perdeu o chão naquela momento.
Mas não voltou.
Ele olhou a amada até
sua imagem desaparecer naquela noite de vento forte.
Ela, apenas com a identidade e a chave,
sentiu-se assim como a canção de Chico,
com a leve impressão de que já ia tarde.


Ps. Eu não sou a protagonista, apenas a observadora da cena.

Creditos: http://enttreaspas.blogspot.com

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